Nos Meandros das Fontes Digitais
Se a esfera virtual tem expandido substancialmente os mecanismos de pesquisa e o acesso a fontes (desde documentação escrita a ficheiros audiovisuais), estas continuam amplamente subaproveitadas (em parte devido à própria extensão do material) e as implicações deste tipo de arquivos a carecer de reflexão crítica. Nesta secção, breves ensaios de membros do IHC discutem o potencial e as limitações de diferentes espólios online para a investigação histórica.
A Primeira República na Cinemateca Digital
Alice Samara
Começo sempre por procurar nos arquivos digitais – assumindo que parte do meu encantamento se prende com a ilusão de que estou a entrar no centro do arquivo, que não fico cá fora. É na página da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, “organismo nacional que tem por missão a salvaguarda e a divulgação do património cinematográfico”, que encontramos o separador que nos dá acesso à Cinemateca Digital.
Breve roteiro de arquivos digitais da Guerra Fria
Pedro Aires Oliveira
Quando a expressão Guerra Fria surge à baila, que tipo de ideias ou impressões é que ela convoca? A resposta possivelmente dependerá muito do facto de termos vivido, ou não, esse tempo histórico. Hoje em dia, no entanto, existe um espólio cada vez mais amplo de documentação digitalizada disponível para a pesquisa historiográfica sobre o conflitou que tanto marcou a segunda metade do século XX.
Ultrapassar a nostalgia. O uso do arquivo online da RTP na investigação historiográfica
Rita Luís
Para quem se dedica ao estudo do século XX, sobretudo no pós-Segunda Guerra Mundial, a centralidade da televisão é muitas vezes reconhecida e poucas vezes abordada. As razões são de ordem diversa, nomeadamente as pragmáticas, invocadas pelos historiadores portugueses com frequência: “Ir ao arquivo da RTP? Como é que isso se faz?” Considerado durante muito tempo inacessível aos investigadores, o arquivo audiovisual da RTP é muitas vezes contraintuitivo para um historiador.